15 de abril de 2010

Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland, 2010), de Tim Burton


Um prodígio visual - como nos habituou Tim Burton na sua obra - que não esquece a importância do argumento na construção de uma parábola sobre a normalidade e a assunção de responsabilidades. Os actores são fabulosos: desde o genial Johnny Depp à excelente descoberta que foi Mia Wasikowska, passando pela magnífica Helena Bonham-Carter, sem esquecer a voz estarrecedora de Alan Rickman. A grande vantagem do filme foi a sua adaptação livre à(s) história(s) de Lewis Carroll, acabando por ser mais fiel ao universo de Burton e, por isso, mais natural a imbricação entre o material escrito originalmente e aquilo que resulta no ecrã. Vê-se uma fluidez espantosa entre os dois (fantásticos) imaginários e é essa substância o que mais impressiona. A experiência 3D é belíssima e toda a construção visual deslumbrante. Uma obra-prima que fica a cintilar no contexto da superior obra de Burton, conseguindo conciliar magistralmente entretenimento infantil e virtuosismo técnico-artístico, sem descurar a história, que nos diz que "de são e de louco todos temos um pouco". E, por vezes, uma dose extra de loucura só traz vantagens.

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