8 de dezembro de 2014

Interstellar (2014), de Christopher Nolan



E mesmo no final consigo ver o filme do ano. «Interstellar» é supostamente um filme de ficção científica, mas isso serve apenas para dizer que nos fala de outros mundos, outras dimensões, outros seres. Mas, ao fim e ao cabo, ficamos a sabê-lo, não seremos nós tudo isso? Há muito de fascinante do ponto de vista visual, sonoro e narrativo em «Interstellar». E o cinema é a arte que mais nos transporta para outro lugar (mesmo que esse lugar esteja dentro de nós). Magia pura, é o que quero dizer. 
Contudo, é pelas emoções que o filme nos arrebata. Trata-se de um compêndio sobre a condição humana (assim são quase sempre as obras-primas): o ímpeto pela descoberta, a atracção pelo desconhecido, a obrigação de proteger os que amamos, a dicotomia entre a razão e o coração, o poder da intuição, a inexorável passagem do tempo, o pesado sentir. E vêmo-nos ao espelho. Desfilam na tela, como na vida, a coragem, a decepção, a angústia, a excitação, a traição, a mentira, a promessa, a fé, o desespero, a compaixão. E o amor, sempre o amor.
«Interstellar» é um milagre. Tal como nós.

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